Comida e espiritualidade

A transição de um sistema alimentar insustentável para um sistema mais sustentável requer mais do que conhecimento científico e ético. Exige que se tenha um espírito interior fervoroso sobre alimentação saudável, justiça alimentar e sistemas alimentares sustentáveis, um espírito que una a ciência e a ética para esses fins. Requer que se tenha, consciente ou inconscientemente, uma espiritualidade que integre a dimensão da alimentação saudável.

Descreve-se a espiritualidade ambiental de três maneiras:

• as crenças mais profundas de uma pessoa sobre o significado e o valor do mundo natural;
• a experiência de uma pessoa de admiração e admiração pela beleza sagrada e complexidade do mundo natural.
• As formas como as pessoas, desde tempos imemoriais, compreenderam e recorreram à natureza nas religiões do mundo.

Por exemplo, para a maioria dos cristãos, o jejum é praticado durante o período da Quaresma. Tal como acontece com a refeição eucarística, a prática cristã do jejum está enraizada no exemplo bíblico de Jesus. Em algumas religiões, a atenção ritual ao consumo alimentar não é uma atividade ocasional, mas uma prática diária. Para os judeus, as leis kashrut (ou ‘kosher’) especificam alimentos que são permitidos ou proibidos todos os dias da vida. As leis de Kashrut se aplicam a alimentos de todos os tipos: animais, frutas, vegetais, cereais e líquidos. As leis também regulam como os alimentos devem ser preparados para consumo. Para certos mamíferos e pássaros, a preparação requer a habilidade de um schochet , ou matador ritual. Como a lei judaica proíbe causar dor desnecessária aos animais, o schochet garante que os animais morram rapidamente quando abatidos.

O judaísmo não é a única religião com leis dietéticas diárias. Os muçulmanos chamam seus regulamentos alimentares de halal. Os regulamentos halal muçulmanos são muito parecidos com as leis judaicas de kashrut , com exceção do álcool, que o halal não permite. Os rótulos halal notificam os muçulmanos de que o alimento foi preparado de acordo com a lei muçulmana.     

Essas são apenas algumas das muitas maneiras pelas quais os humanos encontram significado na comida, experimentam admiração pela natureza sagrada da comida e usam a comida em suas práticas rituais. Juntas, essas atividades mostram como os seres humanos há muito atribuem importância espiritual à comida. Se os sistemas alimentares sustentáveis ​​devem substituir as práticas insustentáveis, um despertar público para a dimensão espiritual dos alimentos inspirará e fortalecerá esses relacionamentos intrincados. Quando alinhada com sólidos conhecimentos científicos e éticos, a espiritualidade alimentar pode promover ações profundamente comprometidas com alimentos saudáveis ​​e sistemas alimentares sustentáveis. Exemplos de tal ação são dados na próxima seção.

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